Ermida de São Pedro ou Capela dos Sequeiras
Enquadramento: Urbano, adossado, numa pequena elevação, no antigo Rossio das Hortas, envolto por casario de ambos os lados e um pequeno pátio frontal; a SO., a 30m de distância encontra-se um cruzeiro de mármore. Descrição: Planta longitudinal, composta por nártex, nave única, de planta rectangular e capela-mor com acesso à sacristia. Volumes articulados na horizontal com cobertura diferenciada em telhado de duas águas na nave, capela-mor e nartex e de uma água na sacristia. Fachada principal orientada a O., com nártex de três arcadas molduradas com empena de enrolamento e campanário axial apilastrado, sem sino, ladeado por pináculos piramidais; frontão triangular sobre a cobertura do nartex encimado por cruz axial; tecto em abóbada de barrete de clérigo, embora sejam visíveis as mísulas das nervuras de cobertura anterior; portal na fachada da nave, arquitravado ladeado por duas janelas. Os alçados S., e E. encontram-se envolvidos por construções posteriores. Alçado N. com dois contrafortes pouco salientes. Interior: espaço diferenciado, com nave de planta rectangular, marcada por pilastras nos prospectos e tecto em abóbada de berço decorada por apainelados com motivos geometrizantes, separados por arcos torais com vestígios de pintura mural. Antecedendo o arco mestre da capela-mor, no lado do Evangelho, o acesso ao púlpito, hoje inexistente. Capela-mor, de planta quadrangular, antecedida de arco triunfal decorado na cimafronte por estuques polícromos figurando a tiara e as chaves de São Pedro. Tecto em abóbada de berço decorada por pinturas murais distribuídas por nove quadros rectangulares. Na capela-mor rasga-se ainda um pequeno vão de acesso à sacristia, de planta quadrangular e tecto em abóbada, decorada por tabelas de estuques coloridos representando os atributos de São Pedro: a tiara, as chaves, as cadeias, o galo e a barca de pescador. Tem lavatório em mármore esculpido com as chaves entrelaçadas. Utilização Inicial: Culto: ermida Utilização Actual: Culto: ermida Propriedade: Privada: pessoa singular Época Construção: Séc.16 / 17 / 18 Arquitecto/Construtor/Autor: Mestres do ciclo eborense da época de D. Pedro II - execução da pintura que cobre a abóbada da capela-mor Cronologia: 1536 - primeiras referências sobre a existência da ermida, nomeadamente o nome da sua fundadora, Luísa Rodrigues, que fundou igualmente a capela das Almas na matriz de Vila Nova da Baronia que ainda existia no ano de 1778. Para sustentar a ermida de São Pedro deixou rendimentos, foros das herdades de Miradouro, Fogo, Couto e Matutim, Monteza, Baizés, Almargia da Figueira, um olival em vale de Rosa e casas na rua de Sevilhães em Alcáçovas, no Rossio de São Brás em Évora; 1657 - os fidalgos Fragoso de Barros adquirem a capela-mor por 20.000 reis; Séc.17 - Séc.18 - acrescentado o nártex, a capela-mor é decorada a fresco com episódios da vida de São Pedro; 1850 - furto do sino do campanário; 1910, após - profanado com a implantação da República e posterior ocupação do vasto terreiro em volta, uma vez que o mesmo foi alienado pela Junta de Freguesia para construção de edifícios que ofuscaram completamente a ermida; 1950 - reconstrução do cruzeiro por Alexandre de Lencastre e João Branco Núncio, que se situava no vasto adro público, tendo então sido colocado perto do caminho que conduz à ermida, sobre quatro degraus de mármore com a inscrição I.N.R.I no remate; 1998, até - a sacristia esteve decorada por frescos que representavam os atributos de São Pedro: a tiara de papel, as chaves, as cadeias, o galo e a barca do pescador. Tipologia: Arquitectura religiosa, quinhentista. Igreja de planta longitudinal de uma só nave, capela-mor, de planta rectangular, suportada por contrafortes de alvenaria; construção característica da arquitectura rural alentejana de quinhentos, alterada nos Sécs.17 e 18, com a construção do nártex. Características Particulares: As pinturas murais, narrando momentos da vida de São Pedro, de cariz barroco. Dados Técnicos: Estrutura autoportante, com arcos e contrafortes para suporte de abóbadas Materiais: Alvenaria de pedra rebocada e caiada, pavimento em ladrilho, telha de canudo na cobertura exterior, altar de alvenaria de tijolo. Madeira nas caixilharias, mesa de altar, e bancos dos fiéis. Pia de água benta e lavabo em mármore. Estuques nas decorações do arco triunfal e da abóbada da sacristia. Bibliografia: ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Évora, vol. 9, Lisboa, 1979; CARDOSO, P. Luís, Dicionário Geográfico, vol.1; FRAGOSO, Luís Feliciano, História da Casa de Fragoso de Alcáçovas, Ms. de Família, 1838. Documentação Fotográfica: DGEMN: DSID Intervenção Realizada: 1998 - 1999 - vasto programa de reparações que visaram a cobertura exterior, a caiação e as pinturas murais.
Data: 16 de abril de 2011, 00:52
Autor: Vitor Oliveira from Torres Vedras, PORTUGAL
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