Igreja Paroquial de Almoster

Categoria: Arquitetura religiosa > Igreja

Distrito: Leiria > Alvaiázere > Almoster > Galega

A Igreja Paroquial de Almoster, localizada na urbanização da Galega, em Alvaiázere, no distrito de Leiria, é um dos monumentos mais importantes da região. O edifício remonta ao século XIII, tendo sido fundado em 1289 por D. Berengária Aires, aia da Rainha Santa Isabel e mulher de D. Rodrigo Garcia. O mosteiro cisterciense acolheu monjas da Ordem de Cister e foi construído em cumprimento do desejo testamental da mãe da fundadora, D. Sancha Pires. As obras decorreram entre os séculos XIII e XVIII, tendo sofrido diversas alterações que lhe conferiram uma austeridade primitiva, característica da arquitetura cisterciense, até ao refinamento do Barroco.

A Igreja Paroquial de Almoster, que inclui a igreja e as ruínas do claustro, é um monumento que reflete a importância histórica e cultural da região. Este mosteiro gótico foi fundado no século XIII e estava sediado na freguesia de Santarém. A parte do conjunto que chegou aos dias de hoje está classificada como Monumento Nacional desde 1920. Logo desde a sua fundação, o mosteiro assumiu uma grande importância em toda a região, como se comprova pela cobrança de dízimos e pelo recebimento de um foro de uma galinha por habitação erguida no Couto de Almoster.

A igreja segue a tipologia simplificada do gótico mendicante escalabitano e é composta por três naves, com cinco tramos de arcos de ponta de lança, arrancando de robustas colunas capitelizadas. O espaço interno do templo encontra-se dividido pela construção de um coro maneirista que separava a zona das religiosas da parte destinada aos leigos. A capela-mor está coberta por uma abóbada arrojada de cruzaria de ogivas e as duas absidíolas abrem para o corpo da igreja por arcos quebrados. Todo este interior encontra-se forrado de azulejos seiscentistas dos tipos padrão e tapete, azuis e amarelos, que se estendem às paredes das naves laterais, à absidíola direita, à capela-mor e ao tímpano, onde existe um quadro cerâmico embutido, no qual figura a Eucaristia.

O conjunto conventual engloba dois claustros, sendo que o exterior encontra-se muito arruinado. O claustro interior, designado como Claustro da Rainha Santa, corre o flanco da igreja e remonta aos princípios do século XIV. Os seus capitéis são decorados com motivos geométricos, antropomórficos e heráldicos. Na parede evidenciam-se ainda restos de três pinturas a fresco, possivelmente episódios da vida monacal dos séculos XVII ou XVIII.

Após a extinção das ordens religiosas, em 1834, o mosteiro foi progressivamente votado ao abandono, entrando numa fase de dilapidação e de destruição do seu rico património que iria durar até quase aos meados do século XX. Ainda em 1910, a igreja foi vandalizada e roubada, tendo desaparecido azulejos, quadros e um pórtico que existiu na Casa do Capítulo. Desde os anos 50 do século XX, o conjunto tem sido objeto de uma vasta intervenção de recuperação, que lhe procura restituir, tanto quanto possível, algumas das suas características originais.

Em resumo, a Igreja Paroquial de Almoster é um monumento que merece ser visitado pelos turistas que se interessam pela história, arquitetura e arte. O conjunto conventual, que engloba claustros, capela-mor, coro e altares, reflete a trajetória do mosteiro cisterciense ao longo dos séculos, desde a sua fundação até à sua ruína e posterior recuperação.

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